domingo, 6 de junho de 2010

Comentário ao filme "The Secret Life of Chaos"

     (A Vida Secreta do Caos)



Este filme questiona o seguinte enigma: a origem da nossa existência. Uma enorme percentagem do nosso corpo é, uma mistura de água, ar, giz e carvão, com resquícios de outros elementos um pouco mais extravagantes, como enxofre, zinco, ferro e fósforo. A julgar pelo que nos foi narrado, triliões de átomos comuns coligam-se uniformemente, quase que por milagre, para se organizarem em seres humanos vivos e, particularmente racionais. Relata-nos também que o fenómeno da criação, é montado a partir de componentes estruturais bastante simples! A pergunta mais perturbadora que podemos fazer é naturalmente, questionarmo-nos, se a resposta é algo mais, do que o poder da ciência nos pode dar. Nos últimos tempos, vem-se acreditando que a ciência ultrapassou a religião e, tal como constatamos, mais uma vez se coloca em causa a existência do CRIADOR, (enfim, quanta pretensão a do ser humano!)

O filme é, a crónica de uma sucessão de descobertas surpreendes e interligadas que, divulgam a face desconhecida da Natureza. A imprevisibilidade da lei da natureza, também é evidenciada. Diz-nos ainda o filme que, matéria inanimada, sem finalidade ou intento, espontaneamente, pode criar extraordinária beleza. Elucida-nos ainda, de como as mesmas leis que tornam o universo desordenado e imprevisível, podem transformar simples pó em seres humanos e também da descoberta da existência de uma relação estranha e inesperada entre caos e ordem.

No fundo, em minha opinião, estes relatos vêm só por si demonstrar, o quanto a nossa existência é misteriosa, maravilhosa, instável, mal-agradecida por uns e reconhecida como bondade de DEUS por outros. Impressionante, é o facto de a ciência trabalhar incessantemente na procura de argumentos que provem a não existência do CRIADOR, colocando constantemente em causa a nossa origem. Por mais que a ciência prospere em conhecimentos, jamais conseguirá ser exacta. Muito daquilo que ontem era mentira, hoje passou a ser verdade e, a verdade de ontem não é em todos os casos a mesma de hoje, assim como aquilo que hoje é verdade, no futuro poderá não ser. De uma coisa estou certo, há que aproveitar a vida e reconhecer bondade, a quem nos deu este bem precioso.

Será que tudo nasceu do nada? Claro que admito e, até acho fazer bastante sentido, a teoria da matemática na vida e no universo, mas ao contrário do que o filme nos tenta fazer crer, para mim, isso em nada coloca em causa, a existência e a intervenção de um CRIADOR.

O homem é, pretensioso, ganancioso, egoísta, ingrato e vaidoso, deixando-me revoltado com este constante bombardeamento à imagem de Deus.

O próprio filme, testemunhou a falta de respeito e de compaixão dos homens, bem como a desumanidade entre eles, quando nos relatou o triste fim, ao qual foi forçado o sábio matemático Alan Turing. Seus Concorrentes e discordantes, valendo-se das tendências sexuais do cientista que, eram condenáveis aos olhos do povo, logo o descredibilizaram e inferiorizaram, fazendo assim valer os seus interesses, comportamento que acabaria por levar Alan ao suicídio.

Salvo algumas excepções, o ser humano é desprezível. Como é que pode um ser tão tacanho, colocar em causa a existência de DEUS?

Eu vejo DEUS, em toda a beleza que me rodeia, na natureza, na água límpida, no ar que respiro, nos animais, nas crianças, na caridade, no sofrimento, na alegria, a cada nascer e pôr-do-sol, nos homens bons e até nos maus, porque acredito que se estes ultimos nasceram, foi por vontade do CRIADOR e ninguém terá o direito de colocar em causa a sua vontade. Tudo na vida faz sentido, embora por vezes possa não parecer e o homem espanta-se quando descobre as criações de DEUS. Sim, porque o homem nada inventa, apenas se limita a descobrir, o que nos foi bondosamente oferecido. Aqui, mais uma vez ressalta à vista a ganância e o desrespeito dos homens, uns pelos outros, ou seja: enquanto uns se banqueteiam num mar de luxúria, outros morrem de fome. E será justo, colocar em causa o bom nome de DEUS pelos defeitos e incompetências do homem? Sinceramente, não me parece.

Infelizmente vi-me na necessidade de incluir nesta reflexão ao filme este meu desabafo, porque lamentavelmente mais uma vez se põem em causa a origem da vida!

No fundo, o que este filme nos tentou transmitir, foi que o homem é um ser extraordinário capaz de prospecções incríveis, como são o caso das novas tecnologias, tendo particularizado como exemplo, robôs computorizados, que com o passar dos últimos tempos, graças a essas mesmas tecnologias e à perspicácia do ser humano, têm vindo a evoluir espantosamente, deixando no ar a fantasia de que no futuro, tudo poderá vir a ser maravilhoso, com o homem a beneficiar desses eventos.

A ciência, continua a ver grandes vantagens no progresso que faz. Sim! É realmente verdade que, a descoberta das novas tecnologias trouxe, grandes vantagens para a humanidade, é realmente verdade que, o nosso nível e condições de vida de hoje, são muito, mas muito mais favoráveis do que no passado, mas eu pergunto: qual o preço que a humanidade, irá pagar mais tarde por tanta ambição? Será que estamos no caminho certo? Espero sinceramente que sim! Só que, infelizmente as últimas evidências apontam no sentido contrário, com a alteração do clima e a destruição massiva do planeta. Se as coisas continuarem desta forma, certamente não se augura nada de bom.

Contudo, apesar de tudo e de todos os defeitos humanos, acredito que futuramente, graças a todas as desgraças hoje evidenciadas e, com a ajuda de quem nos criou, seremos capazes de nos corrigirmos atempadamente, fazendo com que realmente, possamos tirar proveito dos avanços da ciência, sem que, se ponha em causa o nossa existência.

No dia em que, o ser humano puser de lado, a desmedida ambição, o egoísmo, a inveja, a vaidade, a malvadez, a maledicência, a intriga, a ingratidão e o comodismo, procurando a bondade e, fomentando a distribuição dos bens equitativamente entre todos, então aí sim, teremos um mundo melhor e bem mais feliz.